segunda-feira, 22 de julho de 2013

Serial Killer #4- Gilles de Rais


Gilles de Rais foi um nobre francês, que lutou ao lado de Joana d'Arc contra os ingleses, mas não ficou na história como herói, tornando-se conhecido por ser um serial killer, aspirante a alquimista, e acusado de, entre outros crimes, heresia, sequestro, de ter matado centenas de garotos e ter envolvimento com o demônio.

Gilles de Montmorency-Laval, Gilles de Rais, ou Gilles de Retz nascido 10 de Setembro de 1404 e morto 26 de Outubro de 1440, foi um nobre francês e soldado que lutou em diversas batalhas ao lado de Joana D'Arc contra os ingleses.

Ficou conhecido por ser acusado e condenado por torturar e estuprar um grande número de crianças. Juntamente com Erzsébet Báthory, aristocrata húngara que agiria no século seguinte, ele é considerado por alguns historiadores como precursor do assassino em série moderno.

História

De Rais nasceu em 1404 em Machecoul, próximo a fronteira com a Bretanha. Seu pai foi Guy de Montmorency-Laval e sua mãe era Marie de Craon. Ele tinha um irmão, René de Susset, com o qual foi muito unido em sua infância. Fora uma criança inteligente, falando, inclusive, latim fluentemente. Após a morte de sua mãe e, posteriormente, a trágica morte de seu pai, os dois irmãos ficaram sob a tutela do avô materno, Jean de Craon. Ele ensinou aos garotos o narcisismo, a soberba, o poder, o orgulho, o que fez com que moldasse a personalidade de Gilles. Mas no começo, Jean dava muito mais atenção ao irmão de Gilles, o que fez com que esse vivesse fechado na biblioteca da casa. Lá ele encontraria seu alter ego e heróis em livros sobre a Roma antiga. Ele via como os antigos imperadores romanos eram poderosos, ricos e matavam sem dever explicações a ninguém.

Aos 14 anos, seu avô lhe deu uma grande armadura milanesa e o proclamou cavaleiro. Logo já manejava uma espada e destruia seus bonecos de treino e já demonstrava sua agressividade. Primeiramente com animais, mas logo com seres humanos. Aos 15 anos, cometeria seu primeiro assassinato. Ele chamou seu amigo Antoin para um duelo, que este pensava ser inofensivo. No entanto Gilles levou o duelo a sério e acabou atingindo Antoin com a espada, que agonizou até a morte. Nessa ocasião ele não foi sequer acusado, pois era nobre e Antoin por sua vez, era de origem humilde.

Carreira Militar

Sua enorme agressividade levou-o a entrar para a carreira militar, na qual poderia descontar a fúria nos inimigos. Lutava sempre na vanguarda dos soldados (tropas pagas por ele) contra os ingleses, e parecia outra pessoa quando lutava, tamanha era sua habilidade.


Após uma das campanhas ele se casou com Catherine, que era de uma casa nobre da Bretanha, em 1420. Em 1429, Catherine daria à luz a única filha do casal, Marie. Porém Gilles dizia não amar a esposa e posteriormente, ficava evidente o caráter de bissexualidade do homem.
Mais tarde, Gilles lutaria ao lado de Joana D'Arc, pela qual possuía uma estima muito grande, novamente contra os ingleses, retornando vitorioso a Paris.

Investigação e execução

Com o passar do tempo, as derrotas contra os ingleses (na batalha de Patay) e, posteriormente a morte de sua 'deusa' Joana D'Arc, tornaram Gilles cada vez mais triste e sombrio. Ele chegou a declarar que não tinha mais vontade de viver, pois essa morrera com Joana D'Arc.

Deixou a vida militar e refugiou-se na Bretanha Francesa, mais precisamente no castelo de Tiffauges, onde seus demônios e sentimentos mais perversos afloraram. A mente do ex-comandante ficara ainda mais confusa com as tragédias da guerra e a morte de seus camaradas. Nessa altura ele já havia se separado de sua esposa Catherine.

Entre 1432 e 1440, chegaram a contabilizar o desaparecimento de mais de 1.000 meninos entre 8 e 10 anos na Bretanha. Em seu castelo, Gilles estava rodeado de uma corte grotesca de bruxas, alquimistas e sadistas. Gastava toda a fortuna em obras artísticas que lhe recordavam as campanhas com Joana D'Arc e em festas para seus estranhos amigos e conselheiros. As bizarrices, porém, ocorriam ao cair da noite, quando ele dedicava-se a torturar, estuprar e assassinar meninos, previamente seqüestrados por 'bruxas'. Para defender-se de acusações de que os meninos seqüestrados eram levados ao seu Castelo, Gilles dizia que os entregava a Inglaterra para se converterem em padres.

Ele utilizou, além do castelo de Tiffauges, o castelo de Machecoul e a casa de Suze para cometer seus delitos.

Tudo acabaria em outubro de 1440, quando uma investigação levou até Gilles de Rais. Em seu julgamento (altamente detalhado nas escritas do século XV), ele se declarou, a princípio, inocente. Entretanto, em um de seus transtornos de personalidade, dos quais já sofría há anos, ele assumiu a culpa, dizendo estar arrependido. Gilles documentou todos os assassinatos e ações conturbadas. As declarações chocaram a França, pois era considerado um herói pelo povo. Chegaram a contabilizar 200 vítimas, porém é certo que este número seja bem maior.
No dia 26 de outubro de 1440, Gilles de Rais e seus 'colaboradores' foram levados até Nantes, onde foram enforcados e depois queimados.

Referências nas Músicas

A banda Suíça de Thrash/Black/Death Metal Celtic Frost possui uma música chamada Into the Crypts of Rays que faz referência à Gilles de Rais. Essa música pode ser encontrada no EP Morbid Tales de 1984.


Brodequin, uma banda de Brutal Death Metal dos Estados Unidos, fez uma música em seu tributo, no álbum "Festival of Death", por se tratar de assuntos medievais e sofrimento.
Uma banda belga de black metal chamada Ancient Rites fez uma música chamada Morbid Glory (Gilles de Rais 1404 - 1440), inspirada em Gilles de Rais e que pode ser encontrada no álbum The Diabolic Serenades, de 1994.
Outra banda dos anos 90, japonesa, neste caso, utilizou o nome Gilles de Rais para dar nome ao grupo.
Em Outubro de 2008, os ingleses Cradle Of Filth editaram o álbum "Godspeed On The Devil's Thunder" que se tornou numa espécie de biografia musical sobre Gilles de Rais.
Uma das faixas, "Tiffauges" é narrada por Doug Bradley.

O conto "Barba Azul" de Charles Perrault foi baseado na história de Gilles de Rais.



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